segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desenvolvimento da Hermenêutica na Historia; Parte V.

Pós-Reforma (1550-1800).
O pietista Bengel
O Catolicismo reagindo contra a Reforma se tornou mais categórico na primazia da tradição da Igreja em ser a interprete das Escrituras. A posição reformada vai avante; “a Bíblia é a sua própria interprete”, o Concilio de Trento declarava: “Ninguém deve presumir de interpretar a assim chamada Escrituras sagradas de modo contrario ao sentido que lhe foi e é dado pela santa mãe Igreja”.
No protestantismo pós-reforma, contudo, verificou-se uma tendência semelhante, no sentido de praticamente subjugar as Escrituras aos catecismos e credos da reforma, está é a época chamada de confessionalismo. Nesse período era um momento de se fixar as doutrinas da reforma, cada cidade procurou desenvolver o seu credo, a proposta era desenvolver uma teologia própria que inibisse as doutrinas heréticas, o problema é que as confissões se tornaram um tipo de chave hermenêutica, veja o comentário de Virkler:
“Os métodos Hermenêuticos durante esse período amiúde eram deficientes porque a exegese se tornou uma criada da dogmática, e muitas vezes degeneraram-se em mera escolha de texto para comprovação. Ao descrever os teólogos daquela época Farrar diz que eles liam a Bíblia à luz do fulgor antinatural do ódio teológico.” (Hermenêutica Avançada p. 50)
Com o polemicismo e árido escolasticismo do protestantismo surgi o movimento chamado pietismo. No movimento surgi uma figura de suma importância para a exegese Johonn Albrecht Bengel, dedicando-se na critica textual e à exposição bíblica. Sua interpretação das Escrituras leva sete elementos, que seriam passos metódicos:
i. Estabelecimento do texto;
ii. Elucidação do sentido das palavras;
iii. O contexto;
iv. O contexto bíblico;
v. Luz que pode advir do transfundo histórico;
vi. O sentido do texto como um todo;
vii. Aplicação homiletica.
O lema de Bengal era “te totum applica ad textum, rem totam applica ad te” (“aplica-te totalmente ao texto; aplica-o totalmente a ti”).
Também surgiu alguns exageros no pietismo, como por exemplo, alguns grupos pietistas descartaram a interpretação Histórico – gramatical, e passaram a depender de uma “luz interior” ou de “uma unção do Senhor” para achar o sentido de texto, um destes grupos que podemos mencionar os conhecido QUAKERS.
Neste mesmo período podemos citar o movimento “racionalista”, posição filosófica que aceita a razão como a única autoridade que determina as opções ou curso de ação de alguém, que bem sedo causou profundo efeito sobre a teologia e a hermenêutica. Veremos o seu efeito na próxima parte do nosso estudo.             

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