sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Teologia e Evangelização


Quando se fala de teologia logo se pensa em um monte de questões polemicas que só estão no campo das ideias e que não fazem parte da pratica da Igreja, ou seja, o fazer teológico se resume tão samente a questões teóricas e não praticas. Já no que se diz respeito à Evangelização, ai sim é a pratica da Igreja, à atividade da igreja que tem como características à ação da mesma no mundo. Isso resulta então, em uma dicotomia que faz distanciar a teologia da evangelização.

Isso infelizmente é um dos grandes problemas da igreja, pois acaba tornando a evangelização mais um ativismo evangélico, que não possui uma motivação, conteúdo e propósitos sólidos. Não se pode de maneira alguma desassociar as duas coisas, pois sem teologia não temos evangelização. Pois qual seria a mensagem da Igreja sem teologia? Como diz Orlando Costas: “[...] a teologia é a espinha dorsal da Igreja [...] A Igreja necessita entender sua mensagem para poder ser verdadeiramente Igreja.” Da mesma forma não podemos pensar que se faça teologia sem evangelização, pois o labor teológico tem que ter uma finalidade pratica. Sem á qual a teologia não passaria de um mero discurso.

Quando se entende a função da teologia na pratica evangelizadora passasse á compreender que a evangelização necessita de conteúdo. Qual seria esse conteúdo? No caso seria o kerygma, a natureza da evangelização é querigmatica, e aqui o uso do termo se refere ás boas noticias (evangelho) da realização em Jesus Cristo do propósito redentor de Deus, que foi revelado no decorrer da historia humana e teve em Jesus Cristo seu desfecho através de sua encarnação, morte, ressurreição, ascensão e terá sua consumação na parusia. O conteúdo desta mensagem é puramente teológico, porque diz respeito ao plano eterno de Deus na historia para humanidade. A teologia tem como papel principal então definir o conteúdo da pratica evangelizadora, sendo assim a evangelização torna-se eficaz e objetiva.

Agora quando refletimos na importância da evangelização para a teologia, temos uma teologia em ação. Orlando Costas vai dizer: “De igual modo, uma atividade de indiferença em relação à evangelização, seria o fim da teologia como espinha dorsal da Igreja”. Como a teologia nos possibilita o conhecimento de Deus exposto e declarado em Jesus Cristo e sua obra, que é o conteúdo do evangelho, logo se faz necessário que a teologia reconheça e considere seu caráter soteriologico, como verdade redentora. Seu conteúdo por sua vez é muito mais do um conjunto de conclusão cientificas, ele é transformador.

A teologia parte do pressuposto da iniciativa de Deus em se auto-revelar a humanidade a fim de salvá-la. Orlando Costas que já foi mencionado anteriormente faz a seguinte resalva: “A auto-revelação de Deus indica que o propósito único da teologia é, [...] o conhecimento pessoal de Deus, e as repercussões verticais e horizontais que a nesse conhecimento a adoração e a piedade”. Sendo assim, vemos a teologia ganhando vida por causa da sua função querigmatica.

Portanto não se faz evangelização sem teologia e nem teologia sem evangelização. O distanciamento de ambas acaba levando a uma ineficiência das mesmas. Teremos uma teologia sem finalidade e uma evangelização sem conteúdo. Evangelização e teologia andam juntas.