domingo, 27 de janeiro de 2013

Sermão: Oração do Aflito – Exposição do Salmo 88


Introdução:

1.   Muitos de nós temos conhecimento do seguinte verso: “...o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” (Sl 30. 5), mas permita-me perguntar: E quando essa alegria não vem? Essa pode ser uma realidade na vida de muitos crentes, que infelizmente tem passado por periodos longos de sofrimente. O salmo 88 retrata a oração de um aflito que tem enfrentado um sofrimento que a certo ponto tem cosumido toda a sua expererança.

 

2. Os Salmos sempre fizeram parte da vida piedosa da Igreja, e percebemos isso na declaração de Paulo em Efesios 5: 18-19. “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração.” Os Salmos são verdadeiras orações cantadas pelo povo judeu, onde expressavam os mais intimos sentimento contidos na alma do Salmista. Como disse Atanasio de Alexandria (IV a V A.D) os salmos são:um espelho no qual se refletem as emoções”. Nos Salmos encontramos Deus se revelando por intermedio das emoções humanas.

 

3. No salterio encontramos varios tipos de salmos (ou categorias de salmos): Hinos, Lamento, Salmos Reais, Ações de Graça, Sapienciais e Mistos. O Salmo 88 está na categoria de Salmos de Lamentações, e aqui se trata de uma lamentação individual, de alguem que reclama a Deus por sua condição.

 

4. No paragrafo deste Salmo se tem a informação de sua autoria, fazendo referencia a Hemã o ezraíta. Não se sabe muito sobre este Hemã, mas se for o mesmo Hemã de 1Reis 4: 31 ele é indentificado entre um dos homens mais sabios conhcido na terra, e de acordo com algumas informações no livro de Crônicas, este seria um levita, cantor e compositor de Israel (1Cr 6:33, 15:17). Pela discrição nos versos 4, 8 provavelmente ele estava acometido de Lepra (ver leis acerca da lepra em Levitico 13, 14). .

 

5.    Não pretendo fazer nenhuma apologia ao sofrimento, mas tentar tarzer uma reflexão acerca de uma realidade comum a todos.

EXPOSIÇÃO DO SALMO

Este salmo pode ser dividido em cinco partes:

I.              Suplicas á Deus para que o ouça (vs. 1-2).

i.i.  Aqui literalmente a salmista expressa que sua oração é colocada diante de Deus. Ele preparasse para falar da sua condição, e ele tem um desejo, de que Deus se incline (נטה - natah), tendo um sentido de abaixar-se, inclinar, curvar. Este salmista almeja que Deus o atenda.

II.            Descrição do seu sofrimento (3-8).

ii.i. Temos em sua descrição um homem:

a.    Em estado de humilhação. “Sou contado com os que baixam à cova” (v.4). A palavra “cova” (באש - b ̂e’osh) que significa também poço, cisterna, mas talvez o sentido aqui, seja de um lugar de mau cheiro, de odor repulsivo. Talvez descrevendo o seu estado físico causado pela doença, a lepra.

b.    Em um estado de desamparo, sem ajuda (vs. 4).

c.    Abandonado por não haver mais solução (vs. 5). Talvez fazendo alusão aos feridos de guerra que eram abandonados no campo de batalha.

 

III.           Atribui a Deus sua condição (vs. 6-8).

iii.i. Isso faz parte da consciência judaica que atribui a Deus todas as coisas, sejam boas ou más. No Judaismo se entendia que o autor das aflições era o proprio Jeova. Assim diz no profeta Isaias 48: 10: Veja, eu refinei você, embora não como prata; eu o provei na fornalha da aflição. (NVI)”    

IV.          Argumenta com Deus (vs. 9-12).

iv.i. O seu argumento se concentra no fato de que estando vivo será um adorador na terra dos viventes. A expressão Abadom se referesse: “aquele que governa as regiões do inferno”

V.           Insiste em orar mesmo sem esperança de obter resposta (vs. 13).

v. i. O salmista não cessa a sua oração por socorro, mesmo sem obter resposta. Diferente dos demais salmos de lamentações este salmo termina sem esperança, a ultima palavra do salmo é “trevas” que no hebraico (מחשך machshak) que quer dizer trevas. (vs. 18 cf: 86: 17; 102: 28).

APLICAÇÃO:

1.    Mesmo os homens mais santos e fieis, não estão isentos de sofrimento.

2.    Esses períodos podem durar muito tempo.

3.    Esses sofrimentos sobrevém para mostrar o quanto nós somos fracos.

4.    Isso existe para lembrar o nosso pecado.

5.    Nada é mais triste do que sentir a falta de comunhão com Deus.

6.    Não devemos parar de orar.

Conclusão:

O nosso salmista encerra a sua oração sem experança, mas ele á inicia com a conciência de que Deus é o único que pode socorrelo desta grande aflição:

 צעק ליל יום ישועה אלהים יהוה

Y ̂ehovah elohiym y ̂eshuw Ìah yowm leyl tsa Ìaq...

Ó Jeova, Deus da minha salvação...

Para ele, Deus é o seu libertador, aquele que lhe daria a vitoria. Em sua oração sempre inicie com está fé, de um Deus salvador, que intervem em nossas aflições.       

 

 

 

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