segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Igreja e Estado.

Certa vez em uma dessas conversas de roda depois de um culto, surgiu a discussão com relação ao relacionamento que a Igreja deve ter com a política (aqui neste artigo usarei o termo estado). Este sempre foi um assunto delicado de se tratar, pois como mencionou um pensador “todos somos seres políticos”. Concordo com esta frase, pois todos nós, nos relacionamos, temos nossas opiniões, pois somos seres pensantes, precisamos nos relacionar. Isto é a essencial do “ser político”, o que me preocupa é quando queremos unir nossa essência política com partidarismo e oportunismo que o estado prega; por isso, vou expressar meu pensamento sobre esta historia de amor e ódio:
1. A relação da Igreja e Estado nunca foi algo saudável. A historia comprova isto, no ano de 313 d.C A igreja passou a experimentar boas graças do governo romano por meio do edito de Constantino que deu total liberdade a Igreja que outrora passou por três séculos de perseguição, porém foi uma grande abertura para o  estado  influenciar a Igreja, isto trouxe grandes mudanças para a Igreja por exemplo; na adoração a Igreja antes do ano 313 se reunia nas casas dos cristãos, logo após passou a se reunir-se em grandes basílicas e catedrais, a forma cultica antes do ano 313 era uma forma pratica e interior logo após tornou-se uma forma artística exteriorizada, a mensagem que era edificante passou a ser algo cerimonial e complexo, a Igreja passou a focar as classes superiores ao invés de todo o mundo, a Igreja se envolvia com questões políticas, sua doutrina de simples passou a credos conciliares o primeiro concilio foi convocado pelo próprio Constantino, até na sua administração os assuntos eram discutidos pelo Estado e pela Igreja. Com o passar do tempo a Igreja foi tendo muita influencia do mundo pagão ao invés de influenciar, isso é um marco na Historia da Igreja. Isso me leva ao segundo tópico desta discussão.
2. A união da Igreja com o estado corrompe a Igreja.  “Aquele que não foi corrompido pela política partidária que atire a primeira pedra”. A Igreja ela não deve fazer parte de políticas partidárias, pois isso não faz parte da sua mensagem;  nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, (1Co 1: 23) . A mensagem da Igreja é a Pessoa de Cristo tão somente. Esse principio era o fundamento da pregação apostólica, a Igreja deve permanecer fixa nesse principio apostólico. É vergonhoso quando os nossos púlpitos tornam-se palanques, onde os nossos cultus torna-se comícios, e perigoso quando a Igreja se compromete com os estado pois mais sedo ou mais tarde ela cobrada.
3. O maior problema é a consciência do povo. Em nenhum dos tópicos anteriores quis mostrar uma posição radical contra o governo cível ou estado, mas apresentar os perigos da relação Igreja e Estado, o governo civil não deixa de ser importante para Igreja. Calvino um dos maiores teólogos e reformadores da Igreja que viveu no século XVII chama de “fanáticos” os que se colocam contra a instituição do governo; pois ele vê que a paz da cidade e dos cristãos é estabelecida pelo Estado, ele diz: “... que a paz publica não seja perturbada; que as propriedades de cada pessoa sejam preservadas em segurança; que os homens possam exercer tranquilamente o comercio uns com os outros; que seja incentivada a honestidade e a modéstia.”   Mas ele afirma em outro lugar que a Igreja e o Estado vivam separadamente, ele diz: “ Aquele que sabe distinguir entre o corpo e a alma, entre a vida presente efêmera e  aquela que é eterna e futura não terá dificuldade em entender que reino espiritual de Cristo e o governo civil são coisas completamente separadas.” Essa idéia de Calvino é uma idéia de equilíbrio  onde devemos saber o papel do Estado e o nosso papel como Igreja.
O nosso papel de Igreja no Estado é de respeito aos governantes e respeito as leis estabelecidas ( Cof. Rm 13: 1-7), e o papel do Estado é manter a paz e a ordem publica para o beneficio da população, nesse ponto vai depender da nossa atuação como cidadão, em termos uma consciência política Cristã que eleja um bom governante. Que possamos evitar está triste união que em toda a historia até os dias de hoje leva a Igreja a se corromper.   

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