domingo, 13 de março de 2011

Teísmo Aberto; uma explicação barata para o sofrimento humano.

O mundo inteiro nestes últimos dias se voltou para a terrível catástrofe natural ocorrida no Japão, a tsunami de dez metros de altura que varreu as cidades costeiras, sem duvida este fato trouxe muito sofrimento para milhares de japoneses. Quando isso acontece milhares de pessoas no mundo se questiona com a seguinte pergunta: Porque Deus deixou que isso acontecesse?  Deus não é bom, cheio de amor e misericórdia? Muitos tentam dar explicações referentes ao papel de Deus nestes acontecimentos que marcam a historia da humanidade, dentre estas explicações quero tratar de uma idéia que nem tem tanta força assim, mas pode ser uma ameaça para a fé ortodoxa cristã; é a tese do Teísmo Aberto. Um conceito bem simples para o teismo aberto é: “a teologia que nega a plena onipresença, onisciência e onipotência de Deus.”
O teísmo aberto tem origem na teologia do Processo. Surgida na década de 30, a teologia do processo, tendo como principais representantes Charles Hartsnorne, Alfred North Whiteread e John Cobb, é uma tendência filosófica-teologica chamada paneteista¹, que consiste na aproximação do pensamento teista e panteísta. O termo Teismo Aberto seria cunhado pelo Adventista Richard Rice em 1979, quando publicou pela Rewiew and Herold Publishing, o livro “A Abertura de Deus: a Relação entre Presciência Divina e o Livre- Arbitrio.”
O Teismo Aberto defende que Deus se relaciona (também esse tipo de teologia pode ser chamada de Teologia Relacional) com o homem, em detrimento de sua onisciência que seria prejudicada com a dádiva do livre-arbítrio: Deus saberia o futuro, mas não todo o futuro, pois esse futuro ainda não teria existência na presença de Deus, dado o livre-arbítrio do homem concedido por Deus. O Teismo Aberto é uma tentativa de contraria a Doutrina Calvinista da Soberania de Deus. Clarck Pinnock e John Sanders tornaran-se os principais teólogos defensores desse ensino. No Brasil os expoentes sobre a impossibilidade de onisciência plena de Deus são, Ricardo Goldim e Ed Renê Kvitz. Kvitz na sua obra “Vivendo com Propósito” lançado pela editora Mundo Cristão afirmou:
“Um Deus que não se esvazia é um Diabo. Deus não age como tirano e não força seu poder para cima de suas criaturas sob pena de esmaga-las, tirandolhe todo o espaço de liberdade de que precisam para existir. Deus não invade. Não Usurpa. Não manipula”
A idéia do esvaziamento de Deus é usada na teologia relacional (Teismo Aberto), para afirmar que “Deus precisa deixar de ser Deus, tornar-se menos onisciente e onipotente para que não seja responsabilizado pelo sofrimento humano”. Pois bem, essa é a explicação que está teologia dá para o papel de Deus no sofrimento humano, Deus não conhece o futuro, Ele não sabia o que ia acontecer por estes dias no Japão. Toda essa doutrina é justificada na explicação de que Deus é amor, e este amor o esvazia de certos atributos para se relacionar com o homem.
Sem duvida essa é uma explicação muito barata sobre Deus e o sofrimento do homem (ver artigo “Deus por acosso é masoquista?” de minha autoria publicada em Janeiro). Deus com certeza sempre será Deus sem haver a necessidade de esvaziar a si mesmo, para se relacionar-se com o homem, pois Ele já se relaciona. E Deus não é culpado por nenhum sofrimento humano, mas o próprio homem depravado por causa do pecado é a causa do seu sofrimento, tudo começou da queda do homem, até mesmo a própria criação sofreu com isso (ver. Gn 3: 16-18). A realidade, é que precisamos reconhecer que Ele é Deus Soberano e independente do que homem pense sobre Deus, Ele nunca deixara de ser Deus.  
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¹paneteismo: (ou kausismo) é uma doutrina que diz que o universo esta contido em Deus, diferente do panteísmo, onde Deus está contido no universo.
Fonte: Wikipédia.org/wiki/Teismo_ Aberto

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