quinta-feira, 31 de março de 2011

Eu pensei assim.

Escravos simplesmente escravos.
O filosofo Jean Paul Sartre disse: “Nós somos livres para sermos aquilo que já somos.” Sartre traz a idéia de um homem livre, mas um homem escravo, escravo da sua liberdade, uma liberdade que é irrealizada. O homem não passa de um escravo de sua liberdade. Todo homem tem um espírito livre, ele decide algo na sua vida, e toma direção dela, mas não pode voltar atrás, o que ele decide de si mesmo o escraviza, a liberdade é condicionada a decisão, mas nada o liberta da conseqüências da sua decisão, quem porventura se torna livre da liberdade de mentir ou quem se torna livre da liberdade de dizer a verdade, ou quem se torna livre da liberdade de odiar, ou quem se torna livre da liberdade de amar.
Particularmente a idéia de liberdade não condiz com a realidade do ser em si, quem é livre de si mesmo? Ou quem é livre do desejo de ser? Quem é livre de buscar a verdade? Para os antigos filósofos a liberdade consistia na busca da verdade, mas está busca em algum momento não nos torna escravos dela?
Ser livre é ser limitado a uma condição, a condição de decidir e com isso sofremos as conseqüências do que decidimos, a angustia sempre é gerada por decisões que tomamos, a angustia não é um sentimento de um homem livre, até mesmo a liberdade que eu tenho de pegar um copo de água, é condicionada por leis que me fazem pegar o copo, a fato de poder andar, não me torna livre, a condição ou a lei me ordena que eu ande. Então quem é livre? O fato de você não concordar com está reflexão pode até parecer liberdade, mas a lei que lhe diz que eu estou errado lhe torna escravo da sua posição, eu sou livre para escrever este texto, mas o resultado desta reflexão me torna escravo.                  


terça-feira, 29 de março de 2011

Brasil de Oswaldo Grimald

Acreditar num país tão injusto
Onde crianças sofrem com insultos
Vendendo balas no farol
E dormindo sem ter um lençol.

Saudades da ditadura e da repressão
Hoje sofremos como uma regressão
De um país sofrido e calado
Diante de uma nova inquisição

Os governantes não enxergam
As crianças tentam apenas falar
As pessoas não conseguem ouvir
Que algo nesse país precisa melhorar

E o olhar triste de uma criança
Alimentando a fome com a sua esperança
De um país hoje sem liderança
E de promessas de mudanças

Hoje ela deita para dormir
Dorme em cima de papelão rasgado
Com fome, sede e sem um destino a seguir
Que ontem foi o lixo de um deputado

E amanha começa tudo de novo
E o menino anda de um jeito calado
Malabarismo na frente do povo
E muito dinheiro correndo no senado.

Mas eu acredito nesse país chamado Brasil
que em seus lindos campos tem mais flores
Amanha serão formados novos doutores
Para defender aumento de senadores.

A amizade é para poucos.

Uma bela amizade sem duvida é algo que preenche a nossa alma. É muito comum ouvirmos no púlpito a frase; “não existe amigos, a não ser o melhor amigo; Jesus”, claro, quem pode ser comparado a Jesus? Mas a questão é como essa frase é entendida, muitos citam esta frase deixando a entender que não existe amizade verdadeira entre os homens, eu particularmente não concordo com isso, mesmo embora tendo muitas decepções nessa área.
Muitos pensadores pensaram sobre a amizade. Aristóteles que viveu 350 anos antes de Cristo falou sobre a amizade em uma de suas obras chamada Ética a Nicomaco. “Dois amigos são uma mesma alma, vivendo no mesmo corpo.” Em outro lugar ele cita; “A amizade é uma virtude, e é coisa mais necessária á vida”, outra citação diz; “Sem amigos ninguém escolheria viver, ainda que houvesse outros bens”.
Quando se fala de amizade na filosofia não podemos deixar de citar Epicuro (341-270 a. C) o grande filosofo da amizade. Em Sentenças Principais ele diz; “De todos os bens que a sabedoria nos faculta como meio de obter a nossa felicidade, o da amizade é de longe a maior”. Filósofos mais recentes, não se esqueceram de falar na amizade. N. Grimald (1549-1562) poeta inglês se expressou; “De todos os presentes que um mortal humano pode querer, que tesouro maior do que a amizade pode ele ter?” Eu diria que a amizade é uma necessidade humana, quem pode dizer que vive sem amigos? Ser amigo é desejar o bem do outro, mesmo que a amizade acabe ser amigo é falar a verdade, ser amigo é está presente, até mesmo nas horas mais difíceis. E a bíblia mostra um exemplo muito belo de amizade, é a amizade de Lucas e Paulo.
Na carta de II Timóteo no capitulo quatro versículos nove a dezoito (devo lembrar que quando Paulo escreve está carta ele certamente já estava esperando o julgamento, que provavelmente foi o ultimo, sendo decapitado por Nero talvez no ano 64 d. C.), o apostolo neste texto faz referencia á uma serie de pessoas, um tal de Demas (v. 10), que na epistola de Filemom Paulo o cita como cooperador, mas aqui ele faz questão de dizer que esse Demas o abandonou, como também cita um tal de Crescente e Tito, o primeiro foi pra Galácia o segundo para Dalmácia. Paulo fala de um tal de Alexandre, o latoeiro (v. 14), esse causou muitos problemas, Paulo o cita em 1Tm 1: 20 o sentenciando. Paulo cita um momento muito triste em sua vida, quando muitos o abandonaram, talvez no momento em que ele mais precisava; o momento da sua defesa (v. 16), em seguida Paulo expressa o consolo do Senhor (v. 17-18).
Mas em meio a tanta desventura com as pessoas que cooperavam com ele, Paulo faz uma citação muito significativa, por mais que seja muito simples e até isenta de detalhes, no verso dez na primeira parte, ele diz; “Somente Lucas esta comigo”. Lucas era medico (Cl 4: 14). Parece que teve seu primeiro encontro com Paulo em Trôade (At 16: 6-10) onde juntos partiram para a Macedônia. A primeira cidade macedônica que eles pregaram o Evangelho foi Filipos. Há historiadores cristãos que concordam que Lucas pastoreou aquela igreja por seis anos (51 a 57 d. C). Lucas esteve com Paulo nas quatro vezes que ele foi encerrado na prisão: Jerusalém ( At 21: 17ss), em Cesáreia (At 23: 23) e duas vezes em Roma (At 28: 26; 2Tm 4: 10-11).
Muitos que acompanhavam o apostolo, de uma hora para outra o deixou, mas tudo bem, quem queria ficar com um condenado em um prisão fria sabendo que ele iria perder a cabeça? Mas existe, só um; o amigo.
 Ser amigo em horas fáceis é muito bom, mas em horas difíceis só amigos parecido com Cristo ficaram, a amizade verdadeira é aquela que está para servir, independente de que seja o momento. Lucas deixou tudo até mesmo sua profissão, para está com Paulo até o final, até o ultimo momento. Com Paulo e Lucas eu percebo que a amizade não é para todos, é também eu entendo que ter muitas pessoas ao seu redor, significa que elas um dia revelaram a verdadeira amizade.
           


Teologando

"A dogmatica não é uma ciência descritiva, e, sim, normativa, na qual visamos à verdade absoluta"
(Louis de Berkhof)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Porque ainda acontece isso?

PADRE PREFEITO DO PIAUÍ MANDA DERRUBAR IGREJA EVANGELICA
O Padre Herculano de Negreiros, que é o prefeito da cidade de São Raimundo Nonato (Piauí), está sendo acusado de mandar derrubar uma Igreja Evangélica sem ação judicial no bairro Baixão da Guiomar. O ato aconteceu no final do mês de fevereiro e deixou os moradores chocados.
De acordo com moradores, o prefeito mandou um trator junto com a Polícia Militar para destruir a igreja. A Sra. Maria Teresa Brito, proprietária do local, ficou bastante abalada, e diz que a igreja estava legalizada e tinha sua documentação registrada em cartório local. Por causa do abalo, sua casa, que fica ao lado, teve paredes rachadas.

A Polícia Militar informou que existe um decreto de n° 153/2001, que solicita a Polícia Militar acompanhar os fiscais para demolir a Igreja com o Ofício de n° 063. Segundo, ainda, o Tenente da Polícia Militar, o proprietário já havia recebido várias notificações.
Obs. Em breve estaremos postando um artigo sobre Tolerancia Religiosa, não deixe de acompanhar.

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Fonte:
http://blogdojasielalves.blogspot.com/2011/03/padre-prefeito-do-piaui-manda-derrubar.html


quarta-feira, 23 de março de 2011

“Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais...” .

O que é ser um cristão espiritual? A espiritualidade de uma pessoa muitas vozes é medida pela quantidade de dons que ela tem, pelo poder de oratória que ela apresenta, pelas experiências “sobrenaturais” que ela possui, no caso de muitas igrejas , vemos os casos da “glossolalia” (termo usado para a manifestação do falar em línguas), o profeta que se levanta para advertir a Igreja ou trazendo uma “adivinhação” do futuro de alguém, isso tudo muitas vezes é o que determina a espiritualidade de alguém.
Aqui neste artigo quero deixar bem claro que meu objetivo não é uma critica a tais fenômenos presentes na religiosidade, pois estaria ferindo a filosofia deste blog, porém algo tem me incomodado e me deixado inquieto na igreja hoje, tanto na igreja que se apresenta na mídia, como no movimento que faço parte hoje. O titulo deste artigo é um trecho da passagem de I Coríntios 3: 1 a primeira parte do versículo, Paulo estava advertindo a Igreja que se localizava na cidade de Corinto.
Corinto ficava a 90 km a oeste de Atenas, esta cidade era uma cidade de riqueza, luxo e imoralidade. Corinto era conhecida pelas mais de deis mil prostitutas do templo hierodouloi  (hierodouloi) essas praticas certamente cessaram antes da chegada de Paulo em Corinto, embora a lembrança das praticas ainda permanecesse na mente dos cidadãos de Corinto, lá tinha a expressão “Viver como um Corinto” significava adotar uma vida de imoralidade sexual e de embriagues. Paulo visitou Corinto pela primeira vez na segunda viagem missionária (At 18), Conheceu Aquila e Priscila, companheiros de fé cristã, e como ele fazedores de tendas, durante um ano e meio ficou hospedado na casa delas. Paulo escreveu pelo menos duas cartas que foram incluídas no NT e pelo menos outra que não foi preservada (1Co 5:9). A primeira carta foi escrita por volta de 55 d. C., perto do final do período de três anos que Paulo passou em Éfeso (1Co 16: 5-9; At 20: 31), nesta carta Paulo responde a varias questões levantadas pela delegação, como também advertir a Igreja de certas praticas que foram reprovadas por ele.
A igreja de Corinto era uma Igreja que em aparência todo espiritualista deseja está, uma Igreja que enfatizava o uso dons espirituais, principalmente o falar em línguas, aponto de quem não tivesse este dom era descriminado, ou melhor dizendo não era espiritual; porém, Paulo não os considerava tão espirituais assim. Vejamos por que:
Primeiro: A divisão entre os membros (1Co 1: 10-24). Havia na Igreja de Corinto facções, grupos. Alguns gregos, com sua predileção pela especulação intelectual e seu orgulho pela sabedoria, se dividiam em suas interpretações filosóficas do cristianismo, com isso se agrupavam em redor de uma doutrina. Como se não bastasse, se tornavam-se partidários de um ou outro líder, a Igreja era dividida, não havia unidade de pensamento nem de fé, cada um procurava combinar Cristo com sua pequena marca registrada.
Segundo: A imoralidade havia sido aceita pela Igreja (1Co 5; 6: 12-20). No capítulo cinco Paulo combate um caso de inserto. Um dos membros da Igreja estava vivendo abertamente em pecado com a esposa de seu pai, e a Igreja em vez de administrar a devida disciplina, orgulhava-se da “mente arejada” ao acolher semelhante pessoa. Paulo ficou inconformado com essa atitude da Igreja e ordenou a Igreja que esse homem fosse entregue a satanás (v. 5), a principio parece uma ordem muito dura para um apóstolo, mas o que Paulo estava querendo dizer com essa expressão é que o homem fosse formalmente excomungado da igreja, a fim de servir de exemplo, para impedir a propagação de atividade desse tipo, e também na esperança de levar o culpado ao arrependimento. Temos um mesmo caso em II Coríntios 2.
No capitulo 6, Paulo adverte sobre a Imoralidade de alguns dos coríntios. Antes dos dias de Paulo seu templo no Acrocorinto (Acrópole) tinha mais de dez mil sacerdotisas prostitutas, disponíveis para o “culto” e para licenciosidade. Alguns dos cristãos coríntios tinham estas praticas, e pelo que parece eles ainda continuavam tendo estas praticas imorais, Paulo declara enfaticamente que eles estão errados, que essa maneira de viver não é comum para aqueles que estão em cristo.
Terceiro: Os litígios judiciais de uns contra os outros (1Co 6: 1-8). O apostolo adverte contra a publicação das desavenças diante de tribunais pagãos. Para Paulo era impróprio os seguidores da religião do amor fraternal publicarem suas desavenças diante de tribunais pagãos, as desavenças já era algo ruim, mas levar essas demandas aos tribunais pagãos e submetê-los a juízes iníquos não fazia sentido. Com isso Paulo pergunta se não existe um único homem de integridade e de piedade entre eles que tenha sabedoria e competência suficientes para dirimir, com base na sabedoria divina, as queixas e disputas entre os membros da irmandade.
Quarto: As praticas impróprias na ceia do Senhor (1Co 11:17-34). Era costume da Igreja no dia da Ceia do Senhor se realizar uma “festa da fraternidade” onde os irmãos mais ricos traziam comida. Em Corinto havia um problema que Paulo advertiu, os que traziam alimento comiam tudo dentro de um “circulo intimo”, sem esperar que toda a congregação se reunisse. Os cristãos, ao imitar assim as festas e bebedeiras dos povos pagãos nos templos idolatras, transformavam as festas de fraternidade em ocasião para glutonaria e perdiam totalmente de vista o verdadeiro significado da Ceia do Senhor.
Esses podem ser vistos como os principais problemas de cunho moral da Igreja de Corinto na época, houve também um problema doutrinário que Paulo tratou no capítulo 15, sobre a ressurreição de Cristo. Então eu pergunto, Corinto era uma Igreja Espiritual? Certamente essa é uma pergunta retórica. Corinto é a imagem de uma espiritualidade barata, de uma igreja que podia demonstrar por meio do seu movimento que estava cheia de Deus, mas que era uma Igreja desunida, que permitia o pecado, que não sabia lidar com seus conflitos internos e que ainda havia praticas mundanas, no meio dela.
O apostolo então, orienta a Igreja com relação a esses problemas. Mas o texto principal de I Coríntio que pode ser entendido como a máxima da verdadeira vida cristã, e que define a espiritualidade de alguém é capitulo 13, onde ele apresenta a verdade sobre o amor, Paulo dedica uma seção inteira que vai do capitulo 12 ao 14 sobre os dons espirituais, o capitulo 13 ele trata do amor, nesta seção sobre os dons o apostolo apresenta o amor como essencial para a verdadeira vida cristã, podemos dividir o texto em três partes:
1º A inutilidade dos dons sem o amor (v. 1-3);
2º Atitudes que revelam o amor (v. 4 – 7);
3º A eternidade do amor (v. 8-13).
O Senhor Jesus apresenta os dois grandes maiores mandamentos; “Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”  (Mt 22: 36 -40). Todos os dois se fundamentam no amor, Paulo em Galatas 5: 14 ensina que o amor é o cumprimento da Lei.
A vida espiritual bem vista é aquela que se expressa em atitudes que refletem o caráter de Cristo, o amor é o que define uma vida espiritual sadia, o amor não aceita divisões, o amor não se conforma com o pecado, o amor sabe lidar com as diferenças, o amor se comporta de forma decente.
Hoje uma igreja espiritual ou uma vida espiritual, é medida pela quantidade de milagres que ocorre ou pela quantidade de dons, ou até mesmo pela quantidade de revelações; bem a Igreja de Corinto tinha tudo isso, mas Paulo não os considerava, pelo menos nesta primeira carta como espirituais. O amor é a marca registrada do cristianismo, sem ele não somos dignos de sermos chamados cristãos, por amor Cristo morreu pelo seus eleitos para lhe trazer vida, vida está que reflita o mesmo amor pregado na cruz .
Sole Deo Gloria.
                    


domingo, 20 de março de 2011

Pensamento de John Owen

Se não vigiarmos atentamente, seremos entregues à traição, às mãos de nossos inimigos espirituais. 

quinta-feira, 17 de março de 2011

A pena de Morte; entendendo o assunto.

Certo dia em uma dessas conversas polemicas que às vezes me encontro em roda de amizade, me posicionei com relação à pena de morte, afirmando que era a favor desta pena capital, e percebi que muitos encararam meu posicionamento como forma anticristã de punição. Mas entendi que não houve concordância com a minha afirmação, pois todos acreditam que ninguém tem o direito de tirar a vida do outro, e eu com plena certeza concordo com isso, por isso mesmo sou a favor da pena de morte.
Muitos que não são a favor da pena de morte usam o texto bíblico; Êxodo 20: 13; “Não Mataras”, mas vamos entender este texto. Primeiro Êxodo dispõe dez mandamentos, que para aqueles que já leram conhece muito bem. Estes mandamentos podem ser divididos em duas categorias de conduta moral e religiosa, quatro são direcionados a relação que o homem deve ter com Deus e seis estão direcionados para a conduta moral para com o próximo, o mandamento em questão trata da conduta para com o próximo, pois bem, este mandamento prescreve a santidade da vida. No original hebraico está palavra aparecem 49 vezas no Antigo Testamento sempre descrevendo assassinato premeditado. O não mataras, significa, muito corretamente, não cometeras assassinato. Porém este mandamento não é uma proibição de uma pena capital, ou melhor, dizendo não proíbe a aplicação da justiça ao individuo que quebra a Lei Divina.  O teólogo brasileiro Solano Portela em um artigo intitulado “A pena de Morte e o Decálogo”, afirmou:
“nenhum individuo o tem o direito de tirar a vida do outro. A proibição não se aplica, aos constituídos que exercitando o mandato e a autoridade constituída por Deus, passassem a aplicar justiça e a reforçar o sexto mandamento, com a aplicação de pena de morte” (veja o artigo na integra no seu site: solanoportela.net).
A própria Lei de Israel prescrevia a pena de morte (Ex 21: 12; Nm 16: 21). Em nenhum momento no Antigo Testamento vemos algum dos profetas reivindicarem tal mandamento.
No Novo Testamento não é diferente, o problema é que procuramos descontinuar o Antigo Testamento do Novo, isso é um grande erro hermenêutico, o Antigo é continuado por Jesus e os apóstolos. Vejamos: Em Mt 25: 52 Jesus disse: “... todos os que laçarem mão da espada, pela espada morrera”. Esse texto parece ser uma confirmação tácita da aplicação da pena capital, que tira a vida de um individuo está sujeito a perdê-la também. Também em Atos 25: 11 Paulo, na sua defesa a Festo disse: “Se eu cometi alguma coisa digna de morte, não recuso morrer...” Usarei a aplicação de Solano.
1. Paulo reconhece que havia crimes dignos de morte.
2. Paulo afirma que não ofereceria resistência ao recebimento da pena de morte.
3. Paulo, implicitamente, reconhece que alguma autoridade tinha o poder de condenar.
Em Romanos 13. 13-14 é apresentado a nossa posição como cidadãos diante do Estado e Paulo mostra que o Estado tem poder da Espada, para exercer justiça no memento em que for necessário (Veja também Jo 19: 11; Rm 1: 32; 1Pe 2: 13-14; Ap 13: 10).
A minha posição com certeza não agrada a muitos que não aceitam a pena de morte como justa para punir aqueles que infringem Lei. Também eu entendo que o Brasil não está em condições de ter tal pena, mas acredito que a pena capital não é um pecado, por isso sou a favor.
Vamos analisar o caso que ocorreu na cidade de Garanhus, no agreste pernambucano, no dia 13/03/11, um assaltante fez uma mulher de refém. O atirador de elite que posicionava na direção do assaltante percebeu que ele não iria libertar a vitima, inclusive o assaltante já começava a esfaquear a mulher, com isso o atirador puxa o gadilho na cabeça do criminoso tirando a sua vida e poupando a vitima. Para muitos ele pecou, mas na realidade ele exerceu o poder que o Estado deu a Ele e com certeza com isso o policial seja até condecorado. Para isso chamo a atenção para a responsabilidade do Estado, ele tem poder de tirar a vida de outro para poupar um inocente, isso não é crime nem pecado, pois não é um assassinato premeditado, este foi um ato de legitima defeso, o Estado defendendo a sociedade.
Sei que parece uma posição muito radical com relação a este assunto e quero esclarecer que não sou a favor de que um individuo tire a vida do outro, porém o Estado tem autorida diante daqueles que infringe a lei, mas se o Brasil não fosse tão corrupto e houvesse uma justiça igualitária, acredito que a pena de morte teria lugar em nossa sociedade. Mas em quanto isso vamos só observar os criminosos não serem punidos.

 
           

quarta-feira, 16 de março de 2011

domingo, 13 de março de 2011

Teísmo Aberto; uma explicação barata para o sofrimento humano.

O mundo inteiro nestes últimos dias se voltou para a terrível catástrofe natural ocorrida no Japão, a tsunami de dez metros de altura que varreu as cidades costeiras, sem duvida este fato trouxe muito sofrimento para milhares de japoneses. Quando isso acontece milhares de pessoas no mundo se questiona com a seguinte pergunta: Porque Deus deixou que isso acontecesse?  Deus não é bom, cheio de amor e misericórdia? Muitos tentam dar explicações referentes ao papel de Deus nestes acontecimentos que marcam a historia da humanidade, dentre estas explicações quero tratar de uma idéia que nem tem tanta força assim, mas pode ser uma ameaça para a fé ortodoxa cristã; é a tese do Teísmo Aberto. Um conceito bem simples para o teismo aberto é: “a teologia que nega a plena onipresença, onisciência e onipotência de Deus.”
O teísmo aberto tem origem na teologia do Processo. Surgida na década de 30, a teologia do processo, tendo como principais representantes Charles Hartsnorne, Alfred North Whiteread e John Cobb, é uma tendência filosófica-teologica chamada paneteista¹, que consiste na aproximação do pensamento teista e panteísta. O termo Teismo Aberto seria cunhado pelo Adventista Richard Rice em 1979, quando publicou pela Rewiew and Herold Publishing, o livro “A Abertura de Deus: a Relação entre Presciência Divina e o Livre- Arbitrio.”
O Teismo Aberto defende que Deus se relaciona (também esse tipo de teologia pode ser chamada de Teologia Relacional) com o homem, em detrimento de sua onisciência que seria prejudicada com a dádiva do livre-arbítrio: Deus saberia o futuro, mas não todo o futuro, pois esse futuro ainda não teria existência na presença de Deus, dado o livre-arbítrio do homem concedido por Deus. O Teismo Aberto é uma tentativa de contraria a Doutrina Calvinista da Soberania de Deus. Clarck Pinnock e John Sanders tornaran-se os principais teólogos defensores desse ensino. No Brasil os expoentes sobre a impossibilidade de onisciência plena de Deus são, Ricardo Goldim e Ed Renê Kvitz. Kvitz na sua obra “Vivendo com Propósito” lançado pela editora Mundo Cristão afirmou:
“Um Deus que não se esvazia é um Diabo. Deus não age como tirano e não força seu poder para cima de suas criaturas sob pena de esmaga-las, tirandolhe todo o espaço de liberdade de que precisam para existir. Deus não invade. Não Usurpa. Não manipula”
A idéia do esvaziamento de Deus é usada na teologia relacional (Teismo Aberto), para afirmar que “Deus precisa deixar de ser Deus, tornar-se menos onisciente e onipotente para que não seja responsabilizado pelo sofrimento humano”. Pois bem, essa é a explicação que está teologia dá para o papel de Deus no sofrimento humano, Deus não conhece o futuro, Ele não sabia o que ia acontecer por estes dias no Japão. Toda essa doutrina é justificada na explicação de que Deus é amor, e este amor o esvazia de certos atributos para se relacionar com o homem.
Sem duvida essa é uma explicação muito barata sobre Deus e o sofrimento do homem (ver artigo “Deus por acosso é masoquista?” de minha autoria publicada em Janeiro). Deus com certeza sempre será Deus sem haver a necessidade de esvaziar a si mesmo, para se relacionar-se com o homem, pois Ele já se relaciona. E Deus não é culpado por nenhum sofrimento humano, mas o próprio homem depravado por causa do pecado é a causa do seu sofrimento, tudo começou da queda do homem, até mesmo a própria criação sofreu com isso (ver. Gn 3: 16-18). A realidade, é que precisamos reconhecer que Ele é Deus Soberano e independente do que homem pense sobre Deus, Ele nunca deixara de ser Deus.  
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¹paneteismo: (ou kausismo) é uma doutrina que diz que o universo esta contido em Deus, diferente do panteísmo, onde Deus está contido no universo.
Fonte: Wikipédia.org/wiki/Teismo_ Aberto

sexta-feira, 11 de março de 2011

Teologia; sempre esteve lá.

É comum no meio eclesiástico existir pessoas que desvalorizam a teologia, criticando-a; afirmando que a teologia torna o individuo incrédulo para as coisas de “Deus”, criando um humano vazio, e sem nenhuma expressão do “sobrenatural”. Sempre isso foi comum nos ouvidos dos seminaristas ou teólogos que participam do ceio da Igreja, mas por mais que estes indivíduos que negam a necessidade da teologia para a vida cristã, a teologia sempre estará lá.
Os que têm uma atitude negativa frente aos que possuem conhecimento especializado e pericia no entendimento da fé cristã, possuem o que Stanley J. Grens e Roger E. Olson chamam de “mentalidade populista” ou “mente do povo”.¹ A mente populista segundo os autores deste conceito “rejeita as reflexões na esfera religiosa e abraça a aceitação simplista da tradição informal de crenças e praticas, formadas primordialmente por clichês e lendas.” A devoção espiritual profunda e a reflexão intelectivas são negadas na mente popular. É comum na mentalidade popular o apego as tradições orais sem substancia, bem com a recusa em medi-las por qualquer parâmetro, mas não percebem que mesmo negando a teologia, eles fazem teologia.
A teologia mesmo possuindo uma aparência cientificista, com seus métodos e conceitos técnicos, ela sempre será uma reflexão. Uma reflexão sobre as coisas essenciais da vida que aponte para Deus. Todo individuo que reflete sobre Deus (Divindade) ele faz teologia, até mesmos os que negam a necessidade dela. Pois sempre estão refletindo uma idéia de Deus, mesmo sendo um pensamento simplista, sem bases necessárias para um conceito comunicado pela Divindade. Os autores citados anteriormente definem esse tipo de teologia como a “teologia popular”.
Acredito eu que é uma tolice negar a importância da teologia para a vida cristã, pois ela tem como objetivo descrever o que cremos como cristãos, o que sustentamos como verdadeiro com base na fé em Jesus Cristo, com isso a teologia, ela ajuda aos cristãos a alicerçar-se sobre a verdade cristã biblicamente orientada, e ainda me atrevo a questionar o que seria da Igreja sem os seus “mestres” (1Co 12: 28; Ef 4: 11) que dedicam suas vidas na educação da Igreja?
Com isso, por mais que negue a eficácia do pensamento teológico, ele nunca deixara de está presente na Igreja, a boa teologia, ela conduz o cristão ao conhecimento verdadeiro da fé cristã (ortodoxia) com o objetivo final de trazer o individuo a uma conduta verdadeira (ortopraxia). Por isso Deus nunca deixara morrer a teologia na mente dos cristãos.  
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¹ Staley J. Grenz e Roger E. Olson, Quem precisa de Teologia? cap. 1.  
   
   

terça-feira, 8 de março de 2011

Pensamento de Max Weber.

"Embora a reforma seja impensável sem o desenvolvimento religioso pessoal de Lutero, e embora tenha sido amplamemente influênciada por sua personalidade, sem o calvinismo seu trabalho não teria tido um sucesso permanente e concreto."

A Etica Protestante e o Espirito do Capitalismo, pag 72.

domingo, 6 de março de 2011

Princípios de Interpretação Bíblica.

A Bíblia sem duvida é um livro demasiadamente complexo, pois estamos falando de um livro que é considerado a “Palavra de Deus”, mas que foi escrita por homens que receberam “a influência sobrenatural do Espírito santo de Deus, a fim de registrarem de forma inerrante e suficiente toda a vontade de Deus, constituindo esse registro na única fonte e norma de todô o conhecimento cristão” (2Tm 3: 16-17), por isso a Bíblia é entendida na Teologia Cristã como um livro que possui duas naturezas divino-humano. Este livro é capaz de mudar a vida do pecador, pois nela está o registro escrito da revelação de Deus para o homem com o objetivo de levá-lo à salvação. Hoje a Bíblia pode ser encontrada em todos os lugares do mundo, é raro não encontrar uma casa que não possua uma bíblia.
Mas, por ser um livro “comum” no mundo (comum no sentido da sua existência), não podemos deixar de considerar a importância de uma interpretação sadia que revele o sentido real do texto. Hoje surgi muitas heresias por meio desta falta de interesse por uma interpretação real, muitas pregação tronam-se heréticas porque os pregadores não respeitam a mensagem original que os autores bíblicos transmitiram por meio da revelação do Espírito Santo a Igreja, e é importante lembrar que tudo que havia de ser revelado, está registrado no texto sagrado, desta feita não há possibilidade de uma nova revelação (Hb 1: 1-4), coisa que muitos pregadores “usam” como pressuposto para interpretar o texto. Diante desta dificuldade vamos desenvolver neste artigo princípios básicos para se interpretar o texto bíblico, mas antes vamos entender algumas dificuldades para se interpretar a bíblia, antes de se iniciar o estudo do texto, considerando que a ciência que interpreta a Bíblia chame-se; hermenêutica.
I. DIFICUDADES QUE A BILBLIA TRAZ PARA SUA INTERPRETAÇÃO.
1.1. A Bíblia é um livro divino: Talvez está seja a primeira dificuldade do interprete, aceitar este caráter das Escrituras. A bíblia não é um livro comum, ela é um registro de um Deus que com amor e misericórdia se revelou ao homem pecador, o que eu quero dizer com isso? Nossas faculdades intelectuais estando corrompida pelo pecado pode haver o risco de não acompanhar a vontade Divina Revelada no texto.  Muitos intelectuais tentaram corromper a bíblia e a enxergaram somente como um livro de historia, sempre tentando por a bíblia em cheque com teorias que a reduziam a um livro comum, bem,  foram muitas as tentativas, mas a bíblia permanece como “Palavra de Deus”.
Os antigos reformadores viam que para se entender o texto sagrado deveria haver dois elementos, que chamaram de “orale et labutare”, orar e trabalhar. Oração era, e ainda é o meio que nos colocamos em dependência do Espírito de Deus para que ele nós ensine a sua verdade (Jo 14: 26; 16: 13) e trabalhar no sentido de estudar, examinar se dedicar ao estudo das escrituras (Jo 5: 39). Os reformadores acreditavam nesse principio que poderia servir de ponte para o entendimento correto do texto.
1.2 Autores diferentes em épocas diferentes: A bíblia foi escrita por quarenta autores que viveram em épocas totalmente diferentes, esses homens na maior parte dos casos nunca se conheceram, a bíblia cobre um período de 16 séculos, esse espaço cobre uma cultura diferente, circunstâncias e casos diferentes. O Interprete ele tem que entender a cultura bíblica, os autores do texto sagrado, para que se possa se chegar ao entendimento real do texto, pois vale lembrar que o tempo em que os autores bíblicos escreveram o texto, marca um grande abismo para o nosso tempo, uma diferença de quase 5.000 anos, falando de toda a bíblia antigo e novo testamento.
1.3 A língua original: A bíblia ela foi escrita em três idiomas diferente do nosso; o grego, o hebraico e o aramaico, essas línguas possui muitas das vezes um sentido totalmente diferente do sentido da língua portuguesa. Por exemplo, vamos pegar a palavra mundo no grego “kosmon”, a palavra mundo pode significar no grego “universo criado”, “sistema corrompidos pelo pecado”, “gênero humano”, “ordem”, enfim só esta palavra possui vários significados, quanto para nós mundo possui um simples sentido. É essa a parte mais fascinante, mais que exige muito do interprete, a parte de se entender as línguas originais do texto, essa é a ciência chamada exegese.
Com essas dificuldades, o interprete, ele poderá usar métodos que o ajudaram a entender o texto, ou melhor, dizendo a “intenção autoral”, ou seja, aquilo que o autor quis dizer, essa é uma regra hermenêutica que todo intérprete deve respeitar.
II. METODOS DE INTERPETAÇÃO BIBLICA.
2.1. Analise Histórico-Cultural e Contextual: O interprete nesta analise ele fará um estudo da cultura bíblica, entendendo os costumes da época, a vida social do povo que participa do contexto bíblico. Como resultado poder entender o contexto em que ocorreram os fatos bíblicos. Por exemplo; toda carta que foi escrita por Paulo teve um motivo, que chamamos de “motivação autoral”, para podermos entender o motivo que Paulo escreveu determinada carta devemos estudar o contexto da Igreja em que a carta foi enviada, isso pode ocorrer no estudo da própria carta. Os Evangelhos também são livros riquíssimos de cultura judaico-helenista, para um estudo aprofundado dos Evangelhos é necessário estudar esta cultura afundo.
2.2. Analise Léxico- Sintática: Este é o estudo do significado de palavras tomadas isoladamente (lexicologia) e o modo como essas palavras se combinam (sintaxe), a fim de determinar com maior precisão o significado que o autor pretendia lhes dar. Esta “analise fundamenta-se na premissa de que embora as palavras possam assumir uma variedade de significados em contextos diferentes, elas têm apenas um significado intencional em qualquer contexto dado. Vale lembrar que este estudo é no texto original.
2.3. Analise Teológica: Essa analise faz uma pergunta fundamental: “Como está passagem se enquadra no padrão total da revelação de Deus? O autor deve identificar se sua idéia da passagem está de acordo com toda a Escritura. Por Exemplo, se escolhermos um texto tal, e diante das analises Histórico-Cultural e Contextual e Léxico- Sintática encontramos uma idéia que revela santidade iremos conferir se ela está de acordo com toda a Escritura.
2.4. Analise Literária: O interprete devera identificar o tipo de literatura bíblica, a bíblia ela possui vários gêneros literários, símiles, metáforas, provérbios, parábolas, alegorias também literatura profética, literatura apocalíptica como também literatura epistolar. O bom interprete deve ter conhecimento destes gêneros literários nas Escrituras.
Havendo feito as analises exigidas pela hermenêutica, caberá agora o interprete aplicar o texto para sua vida, e para vida da Igreja, essa parte sem duvida é a mais difícil, pois requer certa cautela para não se haver uma espécie de anacronismo no texto.
CONCLUSÃO:
Toda interpretação tem que se levar em conta a intenção do autor, pois ele foi o instrumento usado por Deus para revelar a sua vontade. Muitos podem dizer, para que deve se usar isto, todos estes métodos e técnicas de interpretação, eu repondo; para se evitar as heresias e impedir que o interprete interfira no sentido real do texto. Portanto devemos fazer uma boa hermenêutica para se ter uma boa teologia.
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Fonte: Virkler, Henry A., Hermeneutica Avançada: principios e processo de interpretação biblica/ São Paulo: Editora Vida, 2007.