sexta-feira, 13 de maio de 2011

Porque minha Igreja não cresce?

Qual é o pastor que não deseja que sua igreja cresça? A igreja crescendo é um sinal para muitos do bom trabalho do líder, a igreja quando cresce é um motivo de orgulho e vangloria e até mesmo um sinal de que naquela igreja o pastor está fazendo um bom trabalho. Muitos pastores se decepcionam com seu ministério, ou a igreja se decepciona com o ministério do pastor por não ver a igreja se multiplicando, as finanças em crescimento, o pastor tendo que começar uma campanha para construir o novo templo. Normalmente se cobra do pastor esse tipo de crescimento, e quando não há logo se culpa alguém, se não o pastor, ou o pastor a igreja.
A dificuldade aqui é de encontrar um verdadeiro motivo para a retardação do crescimento da igreja, vamos começar pela consciência de crescimento na vida da igreja e do seu líder, com certeza alegra o coração da igreja e do pastor quando o Senhor acrescenta a cada culto novas vidas, mas o crescimento não deve partir da quantidade e sim da qualidade da igreja, o que muitos não param para refletir, é se a igreja está crescendo ou inchando,   com as megas igrejas da mídia, os cristãos desejam que a sua igreja tenha a mesma estrutura  e o mesmo movimento das apresentadas na mídia. Eu quero neste artigo demonstrar que a igreja para ter um crescimento quantitativo, deve primeiro priorizar o seu crescimento qualitativo, a luz de Atos 2: 42-47.
Lucas escreve o livro de Atos como também a seu Evangelho sob os auspícios de Teófilo, com o propósito de informá-lo sobre os ensinos de Jesus e o que aconteceu com os discípulos após a morte e ascensão de Jesus (1: 1). Atos na verdade é a narrativa de Lucas do trabalho continuado pelos discípulos, e procura descrever a vida da igreja em seus primeiros passos. No capitulo primeiro encontra-se as ultimas instruções e ascensão de Jesus (6 - 11), como também a escolha do apóstolo Matias (12 - 26). O segundo capitulo encontra-se o cumprimento da promessa do Espírito Santo sobre os apóstolos (1 - 13) e a pregação de Pedro (14 - 36), as primeiras conversões (37 -  41). Então chega ao relato de como viviam esse primeiros cristãos (42 - 47), a igreja vivia de forma avivada. Vejamos as praticas dos primeiros cristãos e ao final veremos os resultados.
1. “Eles perseveravam no ensino dos apóstolos...” (v. 42). O ensino dos apóstolos incluía tudo que o próprio Jesus ensinava (Mt 28: 20), sendo o mais importante Evangelho, o qual se firmava sua vida e obra, morte e ressurreição  (v. 23, 24; 3: 15; 4: 10; 1Co 15: 1-4), ou seja a doutrina apostólica estava fundamentada em Cristo e Ele era o centro de todo o ensino da Igreja. Posso usar o exemplo de Paulo, quando ele diz aos coríntios sobre o caráter da sua pregação, ele diz; “Porque decidi nada saber entre voz, senão Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2: 2).
Em que se tem direcionado o ensino da Igreja hoje? A Igreja tem se preocupado em perseverar na “sã doutrina”? Uma Igreja é aquilo que o pastor prega, se o pastor prega a verdadeira doutrina que se fundamenta em Cristo certamente teremos uma Igreja saudável e madura que persevera na fé. Muitos têm procurado viver uma vida de macaco que pula de galho em galho em busca de banana, porque não está satisfeito com o alimento dado. A igreja que não prega a pessoa de Cristo não pode obter um verdadeiro crescimento, um crescimento de qualidade, se bem que muitas igrejas crescem muito, sem pregar com centralidade em Cristo, mas o crescimento desenfreado de uma Igreja nem sempre é aprovação de Deus, mas vemos que a primeira característica dos primeiros cristãos era a observância na doutrina apostólica, que por sua vez era cristocentrica.
2. “... na comunhão, no partir do pão...” (v. 42). A comunhão era algo marcante na vida da Igreja, naquele período, Lucas faz referencia novamente nos versos 44 e 45, a união e o amor com que os convertidos viviam a vida cristã eram um testemunho poderoso em Jerusalém e muitas outras partes. A vida em comunidade eclesiástica requer unidade do corpo, à igreja hoje está seguindo o ritmo do mundo, o individualismo domina hoje a mente da sociedade, ninguém se preocupa com o outro, sem falar que muitos dentro da igreja são verdadeiros divisores da comunidade, a briga que existe muitas vezes dentro da comunidade por destaque já se tornou algo comum na Igreja.
Não devemos deixar de citar que a Igreja do primeiro século já tinha esse problema, nós vemos aqui no texto de Atos os primeiros passos da Igreja recém nascida, mas na medida que ela ia crescendo apareceu alguns problemas muito comuns dos nossos dias, Paulo em Corinto adverte o partidarismo na comunidade (1Co1: 10-17; 3: 1- 3), o apostolo demonstrou muita preocupação com relação a comunhão da Igreja em suas cartas. A igreja é uma comunidade fundada em amor e não em inveja, partidarismo, egoísmo e individualismo, acho que vale refletir no papel que a Igreja está passando para a sociedade, tudo que o mundo é, a Igreja é diferente. (1Co 12: 12 – 13: 1-13).
3. “... nas orações.” (v. 42). O pastor Hernandes Dias Lopes citando James Rosscup comentando sobre a vida de oração dos primeiros cristãos, diz:
“Os crentes oraram de forma regular e sistemática (At 3: 1; 10:9) bem como nos momentos de urgência. Pedro e João foram modelos de oração. Eles foram o canal que Deus usou para a cura de um homem paralitico (At 3: 7: 10). Mais tarde, oraram com outros irmãos para que Deus lhes desse poder para testemunhar com ousadia (At 4: 29-31); uma oração que Deus respondeu capacitando-os a enfrentar seus inimigos. Eles foram revestidos de poder, tornaram-se profundamente unidos e se dispuseram a dar suas próprias vidas pelo evangelho. Mais tarde, os apóstolos revelaram a grande prioridade de suas vidas, quando decidiram: ‘quanto a nós, nos consagraremos a oração e ao ministério da Palavra’” (Paixão e Piedade, Hernandes Dias Lopes, p. 16).
Os primeiros cristãos viviam em constante oração, a vida piedosa era uma marca da Igreja, a Igreja que Lucas descreverá andava de joelhos. Infelizmente esse não é um costume de muitas Igrejas do presente século, os cristãos não querem pagar o preço em oração, os grandes avalistas do passado eram homens de oração; João Crisostomo, Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino, John Knox, Richard Baxter e muitos outros que marcaram a historia da Igreja em sua época. Onde estão os sinais que marcaram a Igreja de Atos (v. 43), os sinais acompanhavam a Igreja, porque ela gastava mais tempo em oração do que em discussões teológicas, a vida da igreja era temperada por oração, a sua teologia andava junta com a ortopraxia, uma pratica verdadeira.
Com estas marcas, qual era o resultado? Vejamos a segunda parte do verso de numero 47: “E, assim, a cada dia o Senhor juntava à comunidade as pessoas que iam sendo salvas.” A igreja crescia em quantidade, pois a qualidade da igreja garantia isso.
Hoje nós estamos enfrentando um esfriamento espiritual, o motivo é por falta de qualidade da Igreja em nossos dias, muitos pastores se decepcionam como o ministério, pois não procura trazer a Igreja a princípios tão básicos, as vezes procura uma erudição no púlpito que não trás edificação para a Igreja ou não se interessa em se dedicar no estudo de qualidade para trazer o mais puro evangelho para a Igreja, como também a vida de oração, da igreja está extinta, não existe mais os sinais que acompanha uma Igreja avivada.
A minha oração é para que Deus desperte a sua Igreja, nesses três princípios básicos; a sã doutrina, a unidade e a oração, acreditando que se nós lideres nos voltarmos para isso veremos a Igreja crescendo com qualidade e quantidade.             
                            


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