Quando se fala de teologia
logo se pensa em um monte de questões polemicas que só estão no campo das
ideias e que não fazem parte da pratica da Igreja, ou seja, o fazer teológico
se resume tão samente a questões teóricas e não praticas. Já no que se diz
respeito à Evangelização, ai sim é a pratica da Igreja, à atividade da igreja
que tem como características à ação da mesma no mundo. Isso resulta então, em
uma dicotomia que faz distanciar a teologia da evangelização.
Isso infelizmente é um dos
grandes problemas da igreja, pois acaba tornando a evangelização mais um
ativismo evangélico, que não possui uma motivação, conteúdo e propósitos sólidos.
Não se pode de maneira alguma desassociar as duas coisas, pois sem teologia não
temos evangelização. Pois qual seria a mensagem da Igreja sem teologia? Como
diz Orlando Costas: “[...] a teologia é a
espinha dorsal da Igreja [...] A
Igreja necessita entender sua mensagem para poder ser verdadeiramente Igreja.”
Da mesma forma não podemos pensar que se faça teologia sem evangelização, pois
o labor teológico tem que ter uma finalidade pratica. Sem á qual a teologia não
passaria de um mero discurso.
Quando se entende a função
da teologia na pratica evangelizadora passasse á compreender que a
evangelização necessita de conteúdo. Qual seria esse conteúdo? No caso seria o kerygma, a natureza da evangelização é
querigmatica, e aqui o uso do termo se refere ás boas noticias (evangelho) da
realização em Jesus Cristo do propósito redentor de Deus, que foi revelado no
decorrer da historia humana e teve em Jesus Cristo seu desfecho através de sua
encarnação, morte, ressurreição, ascensão e terá sua consumação na parusia. O conteúdo
desta mensagem é puramente teológico, porque diz respeito ao plano eterno de Deus
na historia para humanidade. A teologia tem como papel principal então definir
o conteúdo da pratica evangelizadora, sendo assim a evangelização torna-se
eficaz e objetiva.
Agora quando refletimos na
importância da evangelização para a teologia, temos uma teologia em ação.
Orlando Costas vai dizer: “De igual modo,
uma atividade de indiferença em relação à evangelização, seria o fim da
teologia como espinha dorsal da Igreja”. Como a teologia nos possibilita o
conhecimento de Deus exposto e declarado em Jesus Cristo e sua obra, que é o
conteúdo do evangelho, logo se faz necessário que a teologia reconheça e
considere seu caráter soteriologico, como verdade redentora. Seu conteúdo por
sua vez é muito mais do um conjunto de conclusão cientificas, ele é transformador.
A teologia parte do pressuposto
da iniciativa de Deus em se auto-revelar a humanidade a fim de salvá-la.
Orlando Costas que já foi mencionado anteriormente faz a seguinte resalva: “A auto-revelação de Deus indica que o propósito
único da teologia é, [...] o conhecimento pessoal de Deus, e as repercussões
verticais e horizontais que a nesse conhecimento a adoração e a piedade”.
Sendo assim, vemos a teologia ganhando vida por causa da sua função
querigmatica.
Portanto não se faz
evangelização sem teologia e nem teologia sem evangelização. O distanciamento
de ambas acaba levando a uma ineficiência das mesmas. Teremos uma teologia sem
finalidade e uma evangelização sem conteúdo. Evangelização e teologia andam
juntas.
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